Daqui escreve aquele que já não é mas que ainda gostava de ser, Leonardo. Podia começar agora a descrever cada momento que me passa na cabeça, cada sentimento que ainda sinto ao lembrar-me daqueles dias memoráveis, e digo memoráveis porque o foram realmente.
Agora sento-me na cadeira e desfruto de cada momento, como se estivesse aos poucos a devorar uma maça perfeita e que de amargo não tem nada.
É então que fecho os olhos com força, parecendo mesmo uma criança que depois de apagar as suas velas de aniversário, pede um desejo na esperança que aconteça. Mas, os olhos vão abrindo aos poucos e poucos, e apercebo-me que afinal não voltei para aqueles dias, estou mesmo sozinho na cadeira, e não vou ter de desprezar a minha mulher, nem gritar com a minha sogra, nem se quer fugir com a minha amada, e no fim não morrerei ao mesmo tempo que o noivo.
Mas sempre me posso perder na minha mente, e entrar outra vez no mundo das Bodas, num mundo que não quero perder. Acredito que muitos de vós ainda o vão fazendo, outros se calhar já largaram, não interessa.. a verdade é que todos estivemos lá, todos fomos rindo, todos fomos chorando, todos nos fomos confortando uns aos outros, como de certeza todos vamos recordando.
Digo-vos, numa destas noites acordei sobressaltado, estava a sonhar com as Bodas, são coisas que acontecem...
Evitei escrever até hoje porque tenho sentimentos e pensamentos agarrados às carnes e confesso que não larguei as Bodas ainda, uma falha se calhar, ou simplesmente algo que não quero fazer, talvez me queira dissolver na peça e que a peça se dissolva em mim. Como nos dissolvemos todos naquele espírito, do antes e pós espectáculo, lembram-se?
PS: Desculpem recordar tantas vezes...é inevitável.
Beijos e Abraços
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
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