quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Recuerdos

Daqui escreve aquele que já não é mas que ainda gostava de ser, Leonardo. Podia começar agora a descrever cada momento que me passa na cabeça, cada sentimento que ainda sinto ao lembrar-me daqueles dias memoráveis, e digo memoráveis porque o foram realmente.
Agora sento-me na cadeira e desfruto de cada momento, como se estivesse aos poucos a devorar uma maça perfeita e que de amargo não tem nada.
É então que fecho os olhos com força, parecendo mesmo uma criança que depois de apagar as suas velas de aniversário, pede um desejo na esperança que aconteça. Mas, os olhos vão abrindo aos poucos e poucos, e apercebo-me que afinal não voltei para aqueles dias, estou mesmo sozinho na cadeira, e não vou ter de desprezar a minha mulher, nem gritar com a minha sogra, nem se quer fugir com a minha amada, e no fim não morrerei ao mesmo tempo que o noivo.
Mas sempre me posso perder na minha mente, e entrar outra vez no mundo das Bodas, num mundo que não quero perder. Acredito que muitos de vós ainda o vão fazendo, outros se calhar já largaram, não interessa.. a verdade é que todos estivemos lá, todos fomos rindo, todos fomos chorando, todos nos fomos confortando uns aos outros, como de certeza todos vamos recordando.
Digo-vos, numa destas noites acordei sobressaltado, estava a sonhar com as Bodas, são coisas que acontecem...
Evitei escrever até hoje porque tenho sentimentos e pensamentos agarrados às carnes e confesso que não larguei as Bodas ainda, uma falha se calhar, ou simplesmente algo que não quero fazer, talvez me queira dissolver na peça e que a peça se dissolva em mim. Como nos dissolvemos todos naquele espírito, do antes e pós espectáculo, lembram-se?


PS: Desculpem recordar tantas vezes...é inevitável.


Beijos e Abraços

4 comentários:

Rita Araújo disse...

Quem nao se lembra de tudo o que passamos, ao ler as lagrimas começam a cai. por mais k queiramos, ficam sempre aqueles sentimentos.

Nao pares de escrever, se nao for das Bodas, pelo menos k seja de algo k nos marque tanto como estas marcaram.

Beijinhos para si =)

Aliice. disse...

É verdade, estas recordações já ninguém mas tira ! :D

Por mim repetia a dose mais umas 5 vezes ou assim. :P

Agora ainda vamos ter de esperar pa fazermos novo espetáculo.. E claro que não vai ser igual a este, não senhor! São sempre diferentes mas sempre eseptaculares e cheios de emoção. :}

Continua a escrever neste blog pa todos nos recordarmos destes maravilhosos momentos!

Beijocass @@

Anônimo disse...

É claro que ainda me lembro dos dias de espectaculo, daquele convivio espectacular, da camaradagem, de cada blackout, das falas, das emoçoes, da nossa musica, dos nossos abraços e das lagrimas de despedida.

Não me parece que vá esquecer isso nunca, vou sempre recordar essa peça e todos os que nela participaram (:

mas temos que de alguma maneira fechar a caixa e mante-la apenas como memoria, haveram muito mais peças que concerteza nos marcaram ;) talvez nao da forma como nos marcou as Bodas de Sangue mas cá estaremos para ver, certo?

beijos e abraços a todos,

Margarida.

Sebastiana de Lemos disse...

Venho frequentemente a este blog, no entanto, e apesar de ter lido o texto em primeira mão, constatei hoje e agora, que ainda não o comentei! Não sei como, confesso, mas é a verdade. Bom, mas que se pode dizer mais, se já foi tudo dito?! Aquilo que cada um sentiu, o que na minha opinião se dissolveu num sentimento colectivo, foi algo de maravilhoso que aconteceu, e q ninguém jamais esquecerá.
No teatro encontra-se a pureza, a modéstia, e o esforço que este maldito mundo deveria ter. É bom conhecer pessoas assim, trabalhar com elas, e sobre tudo filtrar o que há de mais bonito no ser humano.
Quando penso nisto, apercebo-me que tudo o resto é relativo. Relativo de mais para me preocupar.
As nossas decisões afectam tudo à nossa volta, e por vezes, por serem descabidas de mais para o comum das gentes, são criticadas e desprezadas. É preciso não ter medo delas, porque às vezes valores mais altos se põem em causa. Pois digo aqui e agora, para quem quiser ouvir, que não me arrependo nado de ter posto o teatro no topo das minhas prioridades. Assim fiz, faço, e farei se as ciscunstâncias assim o exigirem.

Gosto de voces.

Um beijo,

Noiva (que voltará no verão... :D)