Aqui vos deixo,esta pequena sequência de fotos,peço desculpa por não ter todos mas em breve farei um novo trabalho assim que me chegarem novas fotos!Beijos e abraços.
terça-feira, 31 de julho de 2007
domingo, 29 de julho de 2007
Até sempre
Como passou rápido não foi?A noiva(Patricia) bem dizia num dos comentários que tudo o que é bom acaba depressa.
É hoje a nossa última aparição pelo menos nesta primeira fase,fomos melhorando ao longo dos dias e isso é positivo. Se vos falei em nostalgia da estreia,agora refiro a nostalgia do final que é aumentada sempre que observo os vossos maravilhosos sorrisos,que tal como o meu deve ser de felicidade enorme!
Em jeito de despedida, sem me despedir,digo-vos que adorei trabalhar convosco,foi um orgulho como será sempre. Quem sabe um dia não repetiremos tudo de novo,afinal começei a obsorver as Bodas e adorava ter vivido em época própria,todo este desenvovlimento de paixão e dor.
Até Sempre!Beijos e Abraços
É hoje a nossa última aparição pelo menos nesta primeira fase,fomos melhorando ao longo dos dias e isso é positivo. Se vos falei em nostalgia da estreia,agora refiro a nostalgia do final que é aumentada sempre que observo os vossos maravilhosos sorrisos,que tal como o meu deve ser de felicidade enorme!
Em jeito de despedida, sem me despedir,digo-vos que adorei trabalhar convosco,foi um orgulho como será sempre. Quem sabe um dia não repetiremos tudo de novo,afinal começei a obsorver as Bodas e adorava ter vivido em época própria,todo este desenvovlimento de paixão e dor.
Até Sempre!Beijos e Abraços
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Estreou
São neste momento 2:20 da manhã, passaram 4 horas e 50 minutos desde que nos estreamos com "Bodas de Sangue",confesso que tem sido difícil deixar de pensar em todos os momentos que a envolveram, passam fotografias nos olhos dos ensaios,da trabalheira que deu ensaiar este texto,e como é bm trabalhar assim.
Todos estiveram bem e a vocês deixo o meu sincero e sentido aplauso! Todos conseguiram segurar os nervos e dar a melhor réplica,fantásticos!
Peço a todos desculpa pela descarga emocional de que fui alvo após a peça, a verdade é que as coisas cá dentro tavam dificeis de segurar,então deixa sair!eheheh
Repetindo o que fizemos pessoalmente não deixarei de fazer virtualmente, um grande agradecimento ao Ricardo e à Lina,trabalho duro não foi?!Esperemos que se possam orgulhar depois.Beijos e abraços para vocês,estes personalizados.
Daqui a menos de 24h estaremos em palco de novo, e que consigamos melhorar o mais possivel,essa terá de ser a nossa busca, a nossa luta, sinceramente espero consegui-lo,afinal acho que deixei muita coisa por dar.
Agora vou terminar,porque como eu a maioria já só pensa no que vem a seguir e não tem muita paciência para posts,"postes" como diria o Quim. Dúvido que consiga dormir tranquilo, há imagens que não saiem da minha cabeça e poderei finalmente admirar cada uma daquelas palavras, afinal já o fiz vezes sem conta,mas agora já estreamos.
Mais uma vez os meus parabéns a todos vocês! Beijos e Abraços.
Ha Sido Una Noche Tenida de Sangre
Todos estiveram bem e a vocês deixo o meu sincero e sentido aplauso! Todos conseguiram segurar os nervos e dar a melhor réplica,fantásticos!
Peço a todos desculpa pela descarga emocional de que fui alvo após a peça, a verdade é que as coisas cá dentro tavam dificeis de segurar,então deixa sair!eheheh
Repetindo o que fizemos pessoalmente não deixarei de fazer virtualmente, um grande agradecimento ao Ricardo e à Lina,trabalho duro não foi?!Esperemos que se possam orgulhar depois.Beijos e abraços para vocês,estes personalizados.
Daqui a menos de 24h estaremos em palco de novo, e que consigamos melhorar o mais possivel,essa terá de ser a nossa busca, a nossa luta, sinceramente espero consegui-lo,afinal acho que deixei muita coisa por dar.
Agora vou terminar,porque como eu a maioria já só pensa no que vem a seguir e não tem muita paciência para posts,"postes" como diria o Quim. Dúvido que consiga dormir tranquilo, há imagens que não saiem da minha cabeça e poderei finalmente admirar cada uma daquelas palavras, afinal já o fiz vezes sem conta,mas agora já estreamos.
Mais uma vez os meus parabéns a todos vocês! Beijos e Abraços.
Ha Sido Una Noche Tenida de Sangre
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Estreia
Chegou o dia, a ansiedade culmina numa nervoseira descontrolada e que por vezes nos parece exagerada. Mas assim é,a vontade de dormir não abunda para estes lados e apesar da necessidade os nervos são mais que muitos.
Como tinha dito apenas escrevo para desejar que tudo corra bem a todos e nunca esquecendo que "desbravamos" caminho juntos,já falta pouco.
Eu Leonardo tenho apenas a dizer-te noiva, que ainda não acredito...prefiro morrer a viver esta agonia que me fazes viver agora.Assim será?Talvez, mas com paixão!E isso...podes dizer ao teu pai,não se compra com dinheiro.
Beijos e Abraços.
Como tinha dito apenas escrevo para desejar que tudo corra bem a todos e nunca esquecendo que "desbravamos" caminho juntos,já falta pouco.
Eu Leonardo tenho apenas a dizer-te noiva, que ainda não acredito...prefiro morrer a viver esta agonia que me fazes viver agora.Assim será?Talvez, mas com paixão!E isso...podes dizer ao teu pai,não se compra com dinheiro.
Beijos e Abraços.
terça-feira, 24 de julho de 2007
A todos
Olá pessoal,não resisti e tive de vos escrever. Sendo Leonardo, muito do que direi será como Nuno, isto, porque há coisas que tem de ser o Nuno a dizer.
O dia aproxima-se e mesmo antes não resisti,e pus a tocar aquela música que já era eterna mas que para nós se tornou mais eterna ainda, "We are the World", os que não sabem irão saber em breve.
Se notarem já estamos a ensair sensivelmente à três meses, e só agora tudo começou a ganhar forma, e por nós continuariamos a ensair que nem uns doidos na busca da perfeição que não existe. Vontade de melhorar é o que todos temos, dar o nosso melhor e que o nosso melhor seja mesmo o melhor, havemos de conseguir, pois seremos quase uma familia, e a ligação é forte.
A maioria lembrar-se-á daqueles dias em Dezembro, esses dias que agora me trazem algumas lágrimas aos olhos, de saudade, de tudo. Em pouco tempo a ligação fortaleceu, e ao que parece continua agora a fortalecer-se, chegaremos ao dia unidos para dar o nosso melhor, e a força de um é a força de outro, agarremo-nos então com todas as forças e vamos para a frente,vamos enfrentar o público, e que texto fenomenal para o fazer!
Decidi pôr no blog um post mais pessoal,sobre o que provavelmente como eu muitos sentem ao estarem ali. Aproveito para dizer e seguindo o conselho de alguém que este blog depois das bodas continuará activo e será o blog do pessoal do curso,será o nosso blog, o nosso canto, onde quem sabe num dia de solidão ou até mais triste nos apeteca estar para recordar e sorrir.
E agora a todos deixo o meu obrigado e só tenho realmente pena de ter uns braços pequenos e não vos poder abraçar a todos ao mesmo tempo,mas como falava com uma amiga recentemente,tudo é virtual, ou seja, assim vos abraço a todos e digo que vos adoro e sem dúvida que no fim sentirei a falta destes dias de ensaios,deste stress e de vocês!
Agora pessoal vamo-nos levantar e fazer o forcing final,melhorar o máximo que conseguirmos e sinto que tenho tanto a melhorar, avançemos juntos, afinal temos todos.
Provavelmente postarei no dia da estreia,apenas para dar força,até porque preciso de dormir!
Vivo momentos daqueles que não se esquecem com pessoas que jamais perderão o lugar no meu coração.
Nós conhecemos pessoas no caminho da vida que nos fazem pensar, assim foi e é.
Beijos e Abraços.
O dia aproxima-se e mesmo antes não resisti,e pus a tocar aquela música que já era eterna mas que para nós se tornou mais eterna ainda, "We are the World", os que não sabem irão saber em breve.
Se notarem já estamos a ensair sensivelmente à três meses, e só agora tudo começou a ganhar forma, e por nós continuariamos a ensair que nem uns doidos na busca da perfeição que não existe. Vontade de melhorar é o que todos temos, dar o nosso melhor e que o nosso melhor seja mesmo o melhor, havemos de conseguir, pois seremos quase uma familia, e a ligação é forte.
A maioria lembrar-se-á daqueles dias em Dezembro, esses dias que agora me trazem algumas lágrimas aos olhos, de saudade, de tudo. Em pouco tempo a ligação fortaleceu, e ao que parece continua agora a fortalecer-se, chegaremos ao dia unidos para dar o nosso melhor, e a força de um é a força de outro, agarremo-nos então com todas as forças e vamos para a frente,vamos enfrentar o público, e que texto fenomenal para o fazer!
Decidi pôr no blog um post mais pessoal,sobre o que provavelmente como eu muitos sentem ao estarem ali. Aproveito para dizer e seguindo o conselho de alguém que este blog depois das bodas continuará activo e será o blog do pessoal do curso,será o nosso blog, o nosso canto, onde quem sabe num dia de solidão ou até mais triste nos apeteca estar para recordar e sorrir.
E agora a todos deixo o meu obrigado e só tenho realmente pena de ter uns braços pequenos e não vos poder abraçar a todos ao mesmo tempo,mas como falava com uma amiga recentemente,tudo é virtual, ou seja, assim vos abraço a todos e digo que vos adoro e sem dúvida que no fim sentirei a falta destes dias de ensaios,deste stress e de vocês!
Agora pessoal vamo-nos levantar e fazer o forcing final,melhorar o máximo que conseguirmos e sinto que tenho tanto a melhorar, avançemos juntos, afinal temos todos.
Provavelmente postarei no dia da estreia,apenas para dar força,até porque preciso de dormir!
Vivo momentos daqueles que não se esquecem com pessoas que jamais perderão o lugar no meu coração.
Nós conhecemos pessoas no caminho da vida que nos fazem pensar, assim foi e é.
Beijos e Abraços.
sábado, 21 de julho de 2007
Diário da Noiva
A Noiva (patricia Moreira), entregou-me uma cópia da última página do seu diário, onde se encontra uma carta que ela nunca teve coragem de entregar a Leonardo. Isto antes de queimar todo o diário...
Almería, 23 de Julho de 1928
Amanhã, finalmente, tudo irá acabar. Este sufoco, esta maldita aflição, já lhe vejo o fim. Amanhã por esta hora, já estarei casada. O namoro de três anos, tem as horas contadas, e aquele momento que tanto receei, e desejei ao mesmo tempo, está prestes a acontecer.
Este namoro, ao contrário do anterior, conseguirá cumprir o seu objectivo. Não será travado por nada, nem por ninguém, afinal de contas, um moço como ele, a todos deve agradar. Meu pai, não pensa noutra coisa. Minhas amigas, bombardeiam-me com perguntas sem fim, às quais eu não sei, nem quero responder. Todos parecem entusiasmados, e ansiosos pelas bodas de amanhã.
E eu estou aqui, petrificada sem saber o que pensar, sem saber como agir. Será que o convite já chegou a casa de minha prima? Com certeza que sim. Como terá ficado ele quando soube? Não quero saber, mais nada! Amo-o e tenho medo de o amar. Casou-se com minha prima, logo que eu, por imposição de meu pai, lhe fui negada. E eu fui ao seu casamento... eu estava lá sentada, a vê-lo casar com outra mulher, a ver o meu lugar ocupado por outrem. Nem uma lágrima verti. Nem quando me fitou com o seu olhar, tão rico, e que tanto me dizia. Não devo pensar mais nestas coisas, afinal de contas, já tem um menino, e outro vem a caminho. Mas tal momento não me sai da memória, nem esse, nem a doce recordação dos tempos de namoro. Como eu era ingénua! Pensava que era possível uma mulher amar um homem, casar-se, ter filhos, e ser feliz com ele sempre a seu lado. Ignorava o que via em casa. Ignorava a tristeza e a frieza de minha mãe quando meu pai fitava. Lembro-me em pequenina, quando um dia me dirigi para a cozinha, onde as criadas se encontravam a amaçar o pão, de ouvir pela boca de minha angústia de se ter casado com meu pai. Meu avô matou o seu grande amor, quando soube que ambos namoravam, e obrigou-a a casar-se com meu pai. Há quem diga que ela morreu da vontade de morrer. Meu pai diz que herdei o olhar de minha mãe, que é profundo e sincero. Se assim é... tenho medo dele. Tenho medo de com o passar dos anos, o carinho que sinto por meu noivo se desfaça, e dê lugar ao seu olhar... aquele que ela fazia quando meu pai mirava.
Não sei se irei aguentar. Três anos já passaram, e não houve um único dia, um único momento que dele não me lembrasse. O ser cheiro não me sai da cabeça, sinto-o agora aqui sozinha a escrever, como se ele estivesse aqui ao meu lado, a sorrir para mim, como tantas vezes costumava fazer. Não sei se ainda pensa em mim. Agora, a sua presença tortura-me. O facto de ali estar inquieta o meu olhar, e tenta-o a contemplar a sua beleza. Distracção é algo que não posso ter, caso contrário, o meu maldito olhar dele não despega. O desejo de o tocar, de o ver, quase me enlouqueceu. Ai minha terra, alimenta-me imploro-te, alimenta o meu sangue, e impede que ele me entregue à loucura. Não posso mais ouvir os seus gritos.
“Estás tão perto amor, e ao mesmo tempo tão longe. Tudo me impede de te tocar, tudo me impede de ser feliz a teu lado. Maldito mundo este, maldito!
Sabes, de inicio tentei mudar a minha sorte, tentei lutar contra meu pai, contra todos aqueles que tudo fizeram para nos separar. Mas não consegui, eles foram mais fortes. Mas claro tu, nada sabes desta minha luta. Pensas que aceitei tudo de cabeça no chão, como uma rapariga obediente deve fazer. Não! Mas também não to quis dizer. Quis testar o teu amor por mim, quis ver até que ponto por mim lutavas. Não me julgues, jamais!
Diz-me, que pode uma rapariga fazer contra a vontade de seu pai? Nada, apesar do meu esforço para me soltar da rede em que ele e as circunstâncias me enrolaram, apesar de ter chorado noites e noites contra a minha almofada, apesar de ter implorado... de nada valeu! Mas isso não foi o mais difícil. Por muito que te impressione.
Desisti de lutar por ti, desisti de viver. Entreguei-me ao olhar de minha mãe e de lá nunca mais saí. Ele apoderou-se de mim. Aquele olhar triste, conformado, cansado de tanto sofrimento. Então, decidi que não iria mais contrariar a vontade de meu pai. Iria sim, iniciar uma batalha bem mais difícil, bem mais dura, bem mais mortal.
E foi assim que decidi focalizar as minhas forças, no objectivo de te apagar da minha memória, a ti e a todas as recordações. Pensei que morria, pensei que desistia de viver ao renunciar a algo que se tornou a minha razão de viver, a minha alegria, o meu flamengo! Sim, tu eras tudo isso, o calor, a dança, a paixão; a terra, que todos dos dias toco, cheiro, sinto, cuido e que me dá os filhos que nela plantei. Era esta terra, que me aliviava a dor, porque te sentia nela. Porque ela está em mim, porque ela é o que eu sou.
Mas agora vou casar. Agora, vão me arrancar a minha terra que eu tanto amo, vão envenená-la porque ela não será só minha. Por ela correrá um rio, que embora puro, irá apodrecer e ferir toda a minha plantação! Vão te arrancar de mim amor, de uma forma cruel e dura de aceitar, assim como aconteceu à três anos atrás.
Penso que finalmente, compreendo o olhar de minha mãe. Pobre mulher! Apunhalava meu pai, a cada olhar que lhe lançava. E agora, vejo-me rendida a esse olhar, do qual tanto tempo fugi, tanto tempo desprezei. Nem sabes o quanto te respeito, o quanto te entendo, madre. Sou uma prisioneira, tal como tu. Morrerei de loucura, tal como tu, por não querer ouvir a voz do meu sangue, a voz da minha terra.
Selo aqui e agora tudo o que se passou. Casaste-te, e agora casar-me-ei eu, com a mesma força, o mesmo orgulho, a mesma frieza, com que tu te entregas-te a minha prima.
Nunca ponhas em causa o meu amor, nunca duvides da minha paixão, nunca de esqueças que és a minha terra, nunca me apagues da tua memória. Talvez assim, me seja mais fácil viver. Fico feliz, e fico quieta para que tudo isso possa ser verdade. Porque ao contrário do que aconteceu a minha mãe, tu estás vivo. Meu pai não te matou. E isso basta por agora, a certeza da tua existência basta para não esquecer que meu coração ainda bate, e que meu sangue ainda corre... por detrás do olhar de minha mãe.”
Prometi para mim mesma, que quando me casasse, este diário, que escrevo à três anos, iria ser queimado, e enterrado na minha terra. É lá que ele deve ficar, é lá que ele pertence. Talvez assim, a minha terra não fique tão envenenada, e me dê forças para lutar contra tudo isto que sempre aceitei.
Estarei a enterrar o meu amor, ou a plantar a esperança? Não sei, mas é uma forma de sobrevivência.
Fin
Amanhã, finalmente, tudo irá acabar. Este sufoco, esta maldita aflição, já lhe vejo o fim. Amanhã por esta hora, já estarei casada. O namoro de três anos, tem as horas contadas, e aquele momento que tanto receei, e desejei ao mesmo tempo, está prestes a acontecer.
Este namoro, ao contrário do anterior, conseguirá cumprir o seu objectivo. Não será travado por nada, nem por ninguém, afinal de contas, um moço como ele, a todos deve agradar. Meu pai, não pensa noutra coisa. Minhas amigas, bombardeiam-me com perguntas sem fim, às quais eu não sei, nem quero responder. Todos parecem entusiasmados, e ansiosos pelas bodas de amanhã.
E eu estou aqui, petrificada sem saber o que pensar, sem saber como agir. Será que o convite já chegou a casa de minha prima? Com certeza que sim. Como terá ficado ele quando soube? Não quero saber, mais nada! Amo-o e tenho medo de o amar. Casou-se com minha prima, logo que eu, por imposição de meu pai, lhe fui negada. E eu fui ao seu casamento... eu estava lá sentada, a vê-lo casar com outra mulher, a ver o meu lugar ocupado por outrem. Nem uma lágrima verti. Nem quando me fitou com o seu olhar, tão rico, e que tanto me dizia. Não devo pensar mais nestas coisas, afinal de contas, já tem um menino, e outro vem a caminho. Mas tal momento não me sai da memória, nem esse, nem a doce recordação dos tempos de namoro. Como eu era ingénua! Pensava que era possível uma mulher amar um homem, casar-se, ter filhos, e ser feliz com ele sempre a seu lado. Ignorava o que via em casa. Ignorava a tristeza e a frieza de minha mãe quando meu pai fitava. Lembro-me em pequenina, quando um dia me dirigi para a cozinha, onde as criadas se encontravam a amaçar o pão, de ouvir pela boca de minha angústia de se ter casado com meu pai. Meu avô matou o seu grande amor, quando soube que ambos namoravam, e obrigou-a a casar-se com meu pai. Há quem diga que ela morreu da vontade de morrer. Meu pai diz que herdei o olhar de minha mãe, que é profundo e sincero. Se assim é... tenho medo dele. Tenho medo de com o passar dos anos, o carinho que sinto por meu noivo se desfaça, e dê lugar ao seu olhar... aquele que ela fazia quando meu pai mirava.
Não sei se irei aguentar. Três anos já passaram, e não houve um único dia, um único momento que dele não me lembrasse. O ser cheiro não me sai da cabeça, sinto-o agora aqui sozinha a escrever, como se ele estivesse aqui ao meu lado, a sorrir para mim, como tantas vezes costumava fazer. Não sei se ainda pensa em mim. Agora, a sua presença tortura-me. O facto de ali estar inquieta o meu olhar, e tenta-o a contemplar a sua beleza. Distracção é algo que não posso ter, caso contrário, o meu maldito olhar dele não despega. O desejo de o tocar, de o ver, quase me enlouqueceu. Ai minha terra, alimenta-me imploro-te, alimenta o meu sangue, e impede que ele me entregue à loucura. Não posso mais ouvir os seus gritos.
“Estás tão perto amor, e ao mesmo tempo tão longe. Tudo me impede de te tocar, tudo me impede de ser feliz a teu lado. Maldito mundo este, maldito!
Sabes, de inicio tentei mudar a minha sorte, tentei lutar contra meu pai, contra todos aqueles que tudo fizeram para nos separar. Mas não consegui, eles foram mais fortes. Mas claro tu, nada sabes desta minha luta. Pensas que aceitei tudo de cabeça no chão, como uma rapariga obediente deve fazer. Não! Mas também não to quis dizer. Quis testar o teu amor por mim, quis ver até que ponto por mim lutavas. Não me julgues, jamais!
Diz-me, que pode uma rapariga fazer contra a vontade de seu pai? Nada, apesar do meu esforço para me soltar da rede em que ele e as circunstâncias me enrolaram, apesar de ter chorado noites e noites contra a minha almofada, apesar de ter implorado... de nada valeu! Mas isso não foi o mais difícil. Por muito que te impressione.
Desisti de lutar por ti, desisti de viver. Entreguei-me ao olhar de minha mãe e de lá nunca mais saí. Ele apoderou-se de mim. Aquele olhar triste, conformado, cansado de tanto sofrimento. Então, decidi que não iria mais contrariar a vontade de meu pai. Iria sim, iniciar uma batalha bem mais difícil, bem mais dura, bem mais mortal.
E foi assim que decidi focalizar as minhas forças, no objectivo de te apagar da minha memória, a ti e a todas as recordações. Pensei que morria, pensei que desistia de viver ao renunciar a algo que se tornou a minha razão de viver, a minha alegria, o meu flamengo! Sim, tu eras tudo isso, o calor, a dança, a paixão; a terra, que todos dos dias toco, cheiro, sinto, cuido e que me dá os filhos que nela plantei. Era esta terra, que me aliviava a dor, porque te sentia nela. Porque ela está em mim, porque ela é o que eu sou.
Mas agora vou casar. Agora, vão me arrancar a minha terra que eu tanto amo, vão envenená-la porque ela não será só minha. Por ela correrá um rio, que embora puro, irá apodrecer e ferir toda a minha plantação! Vão te arrancar de mim amor, de uma forma cruel e dura de aceitar, assim como aconteceu à três anos atrás.
Penso que finalmente, compreendo o olhar de minha mãe. Pobre mulher! Apunhalava meu pai, a cada olhar que lhe lançava. E agora, vejo-me rendida a esse olhar, do qual tanto tempo fugi, tanto tempo desprezei. Nem sabes o quanto te respeito, o quanto te entendo, madre. Sou uma prisioneira, tal como tu. Morrerei de loucura, tal como tu, por não querer ouvir a voz do meu sangue, a voz da minha terra.
Selo aqui e agora tudo o que se passou. Casaste-te, e agora casar-me-ei eu, com a mesma força, o mesmo orgulho, a mesma frieza, com que tu te entregas-te a minha prima.
Nunca ponhas em causa o meu amor, nunca duvides da minha paixão, nunca de esqueças que és a minha terra, nunca me apagues da tua memória. Talvez assim, me seja mais fácil viver. Fico feliz, e fico quieta para que tudo isso possa ser verdade. Porque ao contrário do que aconteceu a minha mãe, tu estás vivo. Meu pai não te matou. E isso basta por agora, a certeza da tua existência basta para não esquecer que meu coração ainda bate, e que meu sangue ainda corre... por detrás do olhar de minha mãe.”
Prometi para mim mesma, que quando me casasse, este diário, que escrevo à três anos, iria ser queimado, e enterrado na minha terra. É lá que ele deve ficar, é lá que ele pertence. Talvez assim, a minha terra não fique tão envenenada, e me dê forças para lutar contra tudo isto que sempre aceitei.
Estarei a enterrar o meu amor, ou a plantar a esperança? Não sei, mas é uma forma de sobrevivência.
Fin
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Curiosidades e até curiosidade dentro das curiosidades
Com o intuito de satisfazer a minha curiosidade e talvez a de mais alguns ou mesmo de todos nós, decidi pesquisar aquela que se diz ser a fonte que serviu de "base" à fenomenal obra de Federico Garcia Lorca, "Bodas de Sangue". Foi então que num pequeno livro optei por ler aquela parte que muitas vezes dispensamos: introdução/comentário.
Encontrei então a noticia que supostamente moveu Lorca, publicada no jornal El Defensor em Julho de 1928. Aqui deixarei para que todos leiam (ou não).
"Trágico final de una boda. Es raptada la novia, siendo más tarde asesinado el raptor. El misterio envuelve el suceso. Es detenido el novio burlado."
"Almería 24 de Julio de 1928 - Noticias recebidas de Híjar dan cuenta de un trágico suceso ocurrido con motivo de celebrarse una boda, apareciendo hasta ahora rodeado de un grand misterio.
En la mañana de ayer contraía matrimonio una agraciada joven de veinte anos, hija de un rico labrador, habitante de un cortijo cerca de dicho pueblo.
En la casa se reunieron novios, padrinos y numerosos invitados de las aldeas próximas.
Cuando se iba a celebrar la ceremonia religiosa, notaron que la novia había desaparecido, y por muchas gestiones que se practicaron no pudo ser encontrada.
El novio, avergonzado, salió en su busca y tampoco logró encontrarla.
Los convidados se retiraron cada cual a su domicilio.
Uno de ellos, montado a caballo, se dirigía a su cortijo, cuando a unos ocho kilómetros divisó el cadáver de un hombre tendido sobre la cuneta y oculto con matorrales.
Descendió de la cabalgadura, viendo con surpresa que era un primo de la novia, que se oponía a sus relaciones.
Pidió auxilio, dando cuenta de lo ocurrido, y a poco se personó en aquel lugar la Guarda Civil, practicando numerosas investigaciones.
La Benemérita encontró la novia en un lugar muy próximo al sitio donde se encontraba el cadáver de se primo, quien se apellidaba Montes Cañada y tenia treinta años de edad.
La novia, cujas ropas estaban desgarradas, desclaró que ella se fugó con su primo porque era a quien amaba, pero que en su huida les salió al encuentro un enmascarado, quien hizo cuatro disparos contra el primo, dejándolo muerto en el acto.
Los pendientes de la novia fueron encontrados cerca del cadáver.
El novio burlado ha sido detenido [...]"
Esta foi então a noticia que Lorca leu e à qual lançou o comentário "un drama difícil de inventar". Numa entrevista a irmã de Lorca, diz lembrar-se do momento em que Federico leu a noticia e do que mais tarde lhe disse e passo a citar: "Recuerdo a Federico leyéndome la noticia de una novia de Almería que el día de su boda se escapó con su anterior amante. [...] Aparentemente el relato periodístico quedó olvidado. Sin embargo, algun tiempo después Federico me habló de una idea que tenía para una tragedia: estaba baseada en el incidente de Almería."
Aqui ficou apenas a noticia de dia 24, o caso só ficou no entanto resolvido no dia 27 de Julho com a revelação da noiva de que quem tinha morto Montes Cañadas tinha sido o irmão do noivo.
Além desta curiosidade que pessoalmente me interessou e espero que até vos interesse, nem que seja para satisfazer algum tipo de curiosidade, há uma outra e desafio todos os que lerem esta noticia a observarem as datas. Ora bem, devem ter reparado que bate com os dias da estreia e restantes espectáculos estando por isso a fazer 79 anos que tudo se passou, pois é, quem sabe não teremos forças do nosso lado, e para quem acredita na reencarnação quem sabe se já não viveu isto!
E agora termino a desejar que melhoremos nos últimos três ensaios, e esta quinta-feira é já o antepenúltimo. Beijos e Abraços.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Para todos!
Decidi dispender um pouco de tempo, e criar aqui um cantinho para o pessoal das Bodas! Estamos a finalizar meses de trabalho e a nostalgia da estreia já vai tomando conta do ritmo cardiaco e até do sono que não se tem.(falo por mim)
Aqui deixem mensagens e pensamentos que vos preencham essas mentes, se calhar alguns são comuns a todos e não se sabe.
Às vezes dou comigo a falar das bodas repetidamente, então o melhor é escrever, deve ser da ansiedade e do ânimo. Acontece com vocês? Beijos e Abraços.
Aqui deixem mensagens e pensamentos que vos preencham essas mentes, se calhar alguns são comuns a todos e não se sabe.
Às vezes dou comigo a falar das bodas repetidamente, então o melhor é escrever, deve ser da ansiedade e do ânimo. Acontece com vocês? Beijos e Abraços.
PS: Gonçalo! Aquele paraiso... eheheh
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