quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Recuerdos

Daqui escreve aquele que já não é mas que ainda gostava de ser, Leonardo. Podia começar agora a descrever cada momento que me passa na cabeça, cada sentimento que ainda sinto ao lembrar-me daqueles dias memoráveis, e digo memoráveis porque o foram realmente.
Agora sento-me na cadeira e desfruto de cada momento, como se estivesse aos poucos a devorar uma maça perfeita e que de amargo não tem nada.
É então que fecho os olhos com força, parecendo mesmo uma criança que depois de apagar as suas velas de aniversário, pede um desejo na esperança que aconteça. Mas, os olhos vão abrindo aos poucos e poucos, e apercebo-me que afinal não voltei para aqueles dias, estou mesmo sozinho na cadeira, e não vou ter de desprezar a minha mulher, nem gritar com a minha sogra, nem se quer fugir com a minha amada, e no fim não morrerei ao mesmo tempo que o noivo.
Mas sempre me posso perder na minha mente, e entrar outra vez no mundo das Bodas, num mundo que não quero perder. Acredito que muitos de vós ainda o vão fazendo, outros se calhar já largaram, não interessa.. a verdade é que todos estivemos lá, todos fomos rindo, todos fomos chorando, todos nos fomos confortando uns aos outros, como de certeza todos vamos recordando.
Digo-vos, numa destas noites acordei sobressaltado, estava a sonhar com as Bodas, são coisas que acontecem...
Evitei escrever até hoje porque tenho sentimentos e pensamentos agarrados às carnes e confesso que não larguei as Bodas ainda, uma falha se calhar, ou simplesmente algo que não quero fazer, talvez me queira dissolver na peça e que a peça se dissolva em mim. Como nos dissolvemos todos naquele espírito, do antes e pós espectáculo, lembram-se?


PS: Desculpem recordar tantas vezes...é inevitável.


Beijos e Abraços

domingo, 14 de outubro de 2007

A vocês



Não resisti. Já ouvi isto milhões de vezes, e não me canso! É lindíssimo, e adivinhem o que me faz lembrar? (...) É como se a minha querida Noiva renascesse dentro de mim.
Aqui vos deixo com esta maravilhosa música, e com o coração a palpitar de saudades, que tenho a certeza que todos sentem!

Um beijinho cheio de carinho para os maravilhosos actores!

Noiva

domingo, 30 de setembro de 2007

Bodas de Sangue

E a história que vos vou contar aqui, não perde brilho por ser recente. Mas ganha força por se tornar eterna nos nossos corações. E nós que durante tanto tempo respirámos com um só coração, que era o de todos.
Estávamos em meados de Abril de 2007, decorria mais um curso, ministrado pela casa que é a Animateatro. Íamos no nosso terceiro mês, faltavam mais três para o fim, afinal desta vez tínhamos um semestre.
Certa aula é-nos dado a conhecer o texto que iríamos ter oportunidade de representar, um nome que por si já causa expectativa, Bodas de Sangue. A primeira vês que se leu fez crescer agua na boca, ao mesmo tempo que fez crescer a ansiedade e preocupação, afinal, o texto não era fácil, e passava uma grande responsabilidade. A verdade, é que na semana seguinte, acompanhando o receio, já tínhamos um fascínio, quase como amor à primeira vista, as conversas sobre o texto e os receios eram mais que muitos, e sempre com a emoção a liderar a conversa.
Os ensaios decorriam a bom ritmo, e na verdade, as dificuldades confirmavam-se.
A pesquisa do personagem, decorria, as pesquisas, as conversas com o Ricardo e com a Lina, a tentar constantemente não passar a emoção errada. Não podes estar tão agressivo, Mostra vontade, e a que para mim me motivou em muitas ocasiões O segredo é sentir by Lina, tinha razão.
O dia da estreia aproximava-se, os nervos iam aumentando e cada um já se sentia mais no seu personagem, horas a trabalhar cenas, que pareciam não ganhar forma, e que por vezes levavam ao limite da sanidade, e nos faziam tentar buscar a solução, quase desesperadamente!
O dia mágico chegou, estávamos no dia 26/07/07, era o dia da nossa estreia, os olhos brilhavam o coração batia forte, sabíamos o que o texto significava muito e queríamos estar à sua altura, e estivemos.
Entre nervos e ansiedade, conseguíamos ainda demonstrar aquela união, que faz de Nós, simplesmente, Nós. Mais fortes do que nunca partimos então, para os nosso lugares, ao som da frase O público vai entrar, merda para todos!, tudo posto em posição, a luz sobe, a navalha cai, e o noivo entra... Mãe!.
Depois? Só quem esteve sabe o que se passou.
Sentia aquele espaço, que foi a nossa casa durante meses, a brilhar, sempre que estávamos lá, o entoar, daquele que também é nosso, We are the World. Os abraços, aquelas lágrimas e aquelas fabulosas gargalhadas. Afinal tudo era emoção.
Agora acabou, hoje contribui na desmontagem da nossa casa, acabou por ser doloroso, cada pano que caia, um flash que vinha à cabeça, talvez seja o inevitável. A saudade que se diz ser tão característica do nosso povo!
Terça-Feira estaremos de volta, e tudo será igual ao que era antes das Bodas? Claro que não, é impossível, não acham? Creio e isto é pessoal...há toda uma nova mística.
Um grande obrigado e uns enormes parabéns, do Nuno ou do Leonardo, sinceramente já nem sei bem!
Beijos e Abraços.


Elenco:

Noivo - Gonçalo Homem
Leonardo - Nuno Santos
Noiva - Patrícia Moreira
Mulher - Rita Araújo
Criada - Marlene Pinto
Lenhadora - Patrícia Campaníço
Rapariga - Margarida Eloy
Lua - Filipa Matta e Silva
Rapaz e Lenhador - Gonçalo Moreira
Lenhadora - Alice Rolão
Rapariga - Marta Barão
Pai - Rogério Reis
Vizinha - Odete Simões
Rapaz e Lenhador - Ricardo Mendes
Mendiga - Michele de Sousa
Mãe - Maria João Bagulho
Sogra - Rute Lopes

Direcção:

Ricardo G. Santos
Lina Ramos

Texto:

F. G. Lorca


Desce Luz, sobem as palmas. Saem as bodas!
Fin



sábado, 29 de setembro de 2007

Esteve longe, agora está perto...o fim.

E chegou o dia,da mesma maneira que entrámos, vamos sair...com emoção! Neste sábado que se tornará grande para todos, será o culminar de meses igualmente grandes!
Desde receber o texto nas mãos, ao conhecermos o nosso personagem, passando depois à sua descoberta. Mais tarde os ensaios...o prazer de ensaiar este texto... que em tudo é fabuloso. Deu trabalho? Não...deu sim um enorme prazer, um gozo tremendo, e que dificilmente conseguirei/conseguiremos esquecer, irá ficar marcado em todo o caminho que tivermos de percorrer, as ligações que se fortaleceram, os risos e gargalhadas que se trocaram, os abraços e as palavras de incentivo "da próxima será melhor...", tudo isto significa, tudo isto prende, tudo isto e mais coisas fazem com que eu não queira largar aquilo que são as Bodas, prevejo alguma dificuldade, mas é saudável, digo eu!
E mais uma vez fica a minha vénia, pois, todos a merecem, afinal o esforço foi colectivo, e é isso que o teatro é também. A luta de uma equipa e Nós... somos a equipa. Espero que possamos continuar por muitos cursos e durante anos ao lado uns dos outros...fica mais uma dissertação pessoal.
E agora os beijos e abraços mais fortes do que de costume, pois, a partir de amanhã não irei aparecer nas vossas caixas de email com tanta frequência. E à 2 meses e 3 dias dizia a seguinte frase "Arrepios de ansiedade e paixão", hoje a frase mantém-se, ainda com mais força.
Beijos e Abraços.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Que entrem as Bodas

Bodas de sangre es un poema trágico del escritor español Federico García Lorca escrito en 1932. Se estrenó el 8 de marzo 1933 en el Teatro Beatriz, Madrid y fue llevado al cine en 1981. Es una producción poética y teatral que se centra alrededor de un sentimiento trágico. Desde la vida y la muerte, a lo antiguo y lo moderno, en la manera de ver la tragedia. Todo ello englobado en un paisaje andaluz trágico y universal. El tema principal que se trata en este gran drama es la vida y la muerte. Pero de una manera especial, en la que figuran mitos, leyendas y paisajes que sobrecogen al lector, introduciéndole en un mundo sombrío de amores y desamores, que derivan en los celos, la persecución, y como trágico final, La Muerte Refleja al amor como la única fuerza que puede vencer a la muerte. Nos da a conocer las costumbres de su tierra, los mitos y leyendas que en esa época existían, y que aún perduran. Por ejemplo, la obsesión de Lorca por el puñal, el cuchillo y la navaja, que en la obra tienen un valor fascinante, y a la vez fúnebre. Frases como ésta, abundan a lo largo de la obra.
Assim assinalo o regresso, um pequeno resumo do que são as Bodas de Sangue, muitos já o devem ter lido, já que pertence à famosa Wikipédia! Mas creio que é sempre bom voltar a ler, de resto, como voltar a fazer! E hoje "a casa" das Bodas começou a erguer-se de novo, para nos receber, e mais uma vez aparece a tal ansiedade do regresso, e mesmo não existindo mais que uma estreia, pode dizer-se que esta é quase a nossa segunda. É ou não é? Se calhar não é...mas também pode ser, ou não?! Bem pessoal,a verdade e agora com seriedade, tenho saudades de vocês por isso amanhã, lá estaremos, e tudo recomeça!Ou melhor, continua... Aqui deixo aqueles beijos e abraços virtuais que só aqui posso dar, por vocês serem muitos. E o texto em espanhol é só para entrarmos no ambiente.
Beijos e Abraços.


segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Um mês depois

Passou um mês desde a grande estreia. Os sentimentos agora são fortes e a saudade ainda maior. Chega de palavras espero que gostem.
Beijos e Abraços.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Leva-me contigo amor


Pergunto-me todos os dias, se rezarei o suficiente para que um dia, o grande amor que nos unia, te permita perdoar-me.
Fui fraca, porque me deixei consumir por ti. Não consegui resistir, a esta maldita terra, nem consegui trair o meu sangue. Não fui capaz. Ele falou mais alto no momento da verdade! E tu, porque te deixas-te levar? Podias ter sido forte, amor. Onde estava a tua força, terra minha, quando eu mais precisei dela.
As minhas malditas chagas, acabaram por matar aquilo que mais amo. Porque não me levam a mim, malditas? PORQUÊ??? Talvez porque terei de engolir todos os meus pecados, através do féu dos meus dias.
Também ele se foi. Matei o seu doce olhar. Vejo-o aqui e agora, como se estivesse a cair diante de meus pés, outra vez. Vi a morte, aquela velha maldita, a beber a luz do seu olhar, no último instante em que seu coração bateu. E eu ali, quieta, petrificada, a vê-la levar a minha vida, a vê-la sugar o sangue da minha terra.
Oh amor, meu. Quanto mais a morte te consumia, mais eu te amava, mais e mais. Mais eu te sentia dentro de mim, mais eu sofria por ver que mais uma vez, te separavam de mim. Não me deixes sozinha, leva-me contigo. Embala-me nessa tua morte terna, dança comigo até eu adormecer, para assim, finalmente acordar a teu lado.
Nessa tua morte de dor e sangue, ninguém nos pode jamais separar. O ritmo do flamengo não pára nunca, ele explode dentro do meu coração, como um pedido de socorro.
Pensei em antecipar o nosso reencontro. Mas logo me apercebi que apenas o inferno me aceitaria. Não o céu, onde tu estás... e onde está meu noivo também. Assim, iria pagar para todo o sempre, a culpa de sua morte. E mais uma vez, não poderia ficar contigo, amor.

Por isso, decidi pagar agora por tudo aquilo que cometi. A vida que levo será o castigo suficiente, espero eu que sim. Vou pagar a morte de meu noivo com ela. É a única morte alheia que causei. Meu corpo podre, sem sangue, sem alma, pagará os pecados da minha triste sina. Quanto a ti, não tenho de pagar nada. Porque a tua morte foi a minha. Morri contigo, por isso te sinto tão perto.
A minha terra nunca me abandonará, o seu cheiro, o seu calor, o amor que por ela tenho. Nela está o teu sangue, o teu corpo. Por isso a amo-o agora, muito mais do que autrora amei.
É esta a minha última esperança, de finalmente poder ficar contigo. Arranja-me um lugar no céu, a teu lado. Não te canses de esperar por mim. Cada dia que passa, estou mais perto de ti, cada dia que passa te sinto mais em mim, e cada dia que passa gosto mais de ti.

Amo-te.

De: Noiva
Para: Leonardo

------------------------------------------------"---------------------------------------------

Apareço mais uma vez para te ver,para te falar,para dizer,aquilo que não disse nunca,agora numa situação diferente e longe de ti...e como o sinto.
E digo cala-te como te disse vezes sem conta naquela nossa fuga...cala-te e não digas que o nosso amor já não existe,porque existe,nunca deixou de o ser.Chorei por ti amor e como sofri,não para fora mas para dentro,lágrimas que corriam como facas no meu sangue e tantas vezes me espetaram a carne.
Sempre te quis ter a meu lado e morri abraçado a ti,perdido no teu olhar e no teu cheiro,esteja onde estiver agora continuo a viver contigo dentro de mim como sempre o fiz e jamais deixarei de fazer.
Enquanto a faca me perfurou a carne,não senti dor.Senti segurança,porque te podia olhar e tocar e gritar o meu amor por ti enquanto as lágrimas te corriam pela cara, e como estavas linda.Nunca esqueças os anos que vivemos abrasados por não podermos gritar o nosso amor e no momento da minha morte conseguimos fazê-lo,sem que ninguém nos separasse ou proibisse,e a verdade é que agora já não o conseguirão fazer!
Estamos unidos e somos um só.sSaberei esperar por ti,como sempre esperei,mas agora tu és minha e eu sou teu e nunca estarás sozinha.
Fecha os olhos...consegues ouvir-me respirar?!
Agora abraça-me, já não temos de ter pressa,não precisamos de fugir...Como estás linda!

Amo-te

Para: noiva

terça-feira, 31 de julho de 2007

Bodas de Sangue

Aqui vos deixo,esta pequena sequência de fotos,peço desculpa por não ter todos mas em breve farei um novo trabalho assim que me chegarem novas fotos!Beijos e abraços.

domingo, 29 de julho de 2007

Até sempre

Como passou rápido não foi?A noiva(Patricia) bem dizia num dos comentários que tudo o que é bom acaba depressa.
É hoje a nossa última aparição pelo menos nesta primeira fase,fomos melhorando ao longo dos dias e isso é positivo. Se vos falei em nostalgia da estreia,agora refiro a nostalgia do final que é aumentada sempre que observo os vossos maravilhosos sorrisos,que tal como o meu deve ser de felicidade enorme!
Em jeito de despedida, sem me despedir,digo-vos que adorei trabalhar convosco,foi um orgulho como será sempre. Quem sabe um dia não repetiremos tudo de novo,afinal começei a obsorver as Bodas e adorava ter vivido em época própria,todo este desenvovlimento de paixão e dor.

Até Sempre!Beijos e Abraços

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Estreou

São neste momento 2:20 da manhã, passaram 4 horas e 50 minutos desde que nos estreamos com "Bodas de Sangue",confesso que tem sido difícil deixar de pensar em todos os momentos que a envolveram, passam fotografias nos olhos dos ensaios,da trabalheira que deu ensaiar este texto,e como é bm trabalhar assim.
Todos estiveram bem e a vocês deixo o meu sincero e sentido aplauso! Todos conseguiram segurar os nervos e dar a melhor réplica,fantásticos!
Peço a todos desculpa pela descarga emocional de que fui alvo após a peça, a verdade é que as coisas cá dentro tavam dificeis de segurar,então deixa sair!eheheh
Repetindo o que fizemos pessoalmente não deixarei de fazer virtualmente, um grande agradecimento ao Ricardo e à Lina,trabalho duro não foi?!Esperemos que se possam orgulhar depois.Beijos e abraços para vocês,estes personalizados.
Daqui a menos de 24h estaremos em palco de novo, e que consigamos melhorar o mais possivel,essa terá de ser a nossa busca, a nossa luta, sinceramente espero consegui-lo,afinal acho que deixei muita coisa por dar.
Agora vou terminar,porque como eu a maioria já só pensa no que vem a seguir e não tem muita paciência para posts,"postes" como diria o Quim. Dúvido que consiga dormir tranquilo, há imagens que não saiem da minha cabeça e poderei finalmente admirar cada uma daquelas palavras, afinal já o fiz vezes sem conta,mas agora já estreamos.

Mais uma vez os meus parabéns a todos vocês! Beijos e Abraços.


Ha Sido Una Noche Tenida de Sangre

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Estreia

Chegou o dia, a ansiedade culmina numa nervoseira descontrolada e que por vezes nos parece exagerada. Mas assim é,a vontade de dormir não abunda para estes lados e apesar da necessidade os nervos são mais que muitos.
Como tinha dito apenas escrevo para desejar que tudo corra bem a todos e nunca esquecendo que "desbravamos" caminho juntos,já falta pouco.
Eu Leonardo tenho apenas a dizer-te noiva, que ainda não acredito...prefiro morrer a viver esta agonia que me fazes viver agora.Assim será?Talvez, mas com paixão!E isso...podes dizer ao teu pai,não se compra com dinheiro.


Beijos e Abraços.

terça-feira, 24 de julho de 2007

A todos

Olá pessoal,não resisti e tive de vos escrever. Sendo Leonardo, muito do que direi será como Nuno, isto, porque há coisas que tem de ser o Nuno a dizer.
O dia aproxima-se e mesmo antes não resisti,e pus a tocar aquela música que já era eterna mas que para nós se tornou mais eterna ainda, "We are the World", os que não sabem irão saber em breve.
Se notarem já estamos a ensair sensivelmente à três meses, e só agora tudo começou a ganhar forma, e por nós continuariamos a ensair que nem uns doidos na busca da perfeição que não existe. Vontade de melhorar é o que todos temos, dar o nosso melhor e que o nosso melhor seja mesmo o melhor, havemos de conseguir, pois seremos quase uma familia, e a ligação é forte.
A maioria lembrar-se-á daqueles dias em Dezembro, esses dias que agora me trazem algumas lágrimas aos olhos, de saudade, de tudo. Em pouco tempo a ligação fortaleceu, e ao que parece continua agora a fortalecer-se, chegaremos ao dia unidos para dar o nosso melhor, e a força de um é a força de outro, agarremo-nos então com todas as forças e vamos para a frente,vamos enfrentar o público, e que texto fenomenal para o fazer!
Decidi pôr no blog um post mais pessoal,sobre o que provavelmente como eu muitos sentem ao estarem ali. Aproveito para dizer e seguindo o conselho de alguém que este blog depois das bodas continuará activo e será o blog do pessoal do curso,será o nosso blog, o nosso canto, onde quem sabe num dia de solidão ou até mais triste nos apeteca estar para recordar e sorrir.
E agora a todos deixo o meu obrigado e só tenho realmente pena de ter uns braços pequenos e não vos poder abraçar a todos ao mesmo tempo,mas como falava com uma amiga recentemente,tudo é virtual, ou seja, assim vos abraço a todos e digo que vos adoro e sem dúvida que no fim sentirei a falta destes dias de ensaios,deste stress e de vocês!
Agora pessoal vamo-nos levantar e fazer o forcing final,melhorar o máximo que conseguirmos e sinto que tenho tanto a melhorar, avançemos juntos, afinal temos todos.
Provavelmente postarei no dia da estreia,apenas para dar força,até porque preciso de dormir!
Vivo momentos daqueles que não se esquecem com pessoas que jamais perderão o lugar no meu coração.


Nós conhecemos pessoas no caminho da vida que nos fazem pensar, assim foi e é.


Beijos e Abraços.

sábado, 21 de julho de 2007

Diário da Noiva

A Noiva (patricia Moreira), entregou-me uma cópia da última página do seu diário, onde se encontra uma carta que ela nunca teve coragem de entregar a Leonardo. Isto antes de queimar todo o diário...
Almería, 23 de Julho de 1928

Amanhã, finalmente, tudo irá acabar. Este sufoco, esta maldita aflição, já lhe vejo o fim. Amanhã por esta hora, já estarei casada. O namoro de três anos, tem as horas contadas, e aquele momento que tanto receei, e desejei ao mesmo tempo, está prestes a acontecer.
Este namoro, ao contrário do anterior, conseguirá cumprir o seu objectivo. Não será travado por nada, nem por ninguém, afinal de contas, um moço como ele, a todos deve agradar. Meu pai, não pensa noutra coisa. Minhas amigas, bombardeiam-me com perguntas sem fim, às quais eu não sei, nem quero responder. Todos parecem entusiasmados, e ansiosos pelas bodas de amanhã.
E eu estou aqui, petrificada sem saber o que pensar, sem saber como agir. Será que o convite já chegou a casa de minha prima? Com certeza que sim. Como terá ficado ele quando soube? Não quero saber, mais nada! Amo-o e tenho medo de o amar. Casou-se com minha prima, logo que eu, por imposição de meu pai, lhe fui negada. E eu fui ao seu casamento... eu estava lá sentada, a vê-lo casar com outra mulher, a ver o meu lugar ocupado por outrem. Nem uma lágrima verti. Nem quando me fitou com o seu olhar, tão rico, e que tanto me dizia. Não devo pensar mais nestas coisas, afinal de contas, já tem um menino, e outro vem a caminho. Mas tal momento não me sai da memória, nem esse, nem a doce recordação dos tempos de namoro. Como eu era ingénua! Pensava que era possível uma mulher amar um homem, casar-se, ter filhos, e ser feliz com ele sempre a seu lado. Ignorava o que via em casa. Ignorava a tristeza e a frieza de minha mãe quando meu pai fitava. Lembro-me em pequenina, quando um dia me dirigi para a cozinha, onde as criadas se encontravam a amaçar o pão, de ouvir pela boca de minha angústia de se ter casado com meu pai. Meu avô matou o seu grande amor, quando soube que ambos namoravam, e obrigou-a a casar-se com meu pai. Há quem diga que ela morreu da vontade de morrer. Meu pai diz que herdei o olhar de minha mãe, que é profundo e sincero. Se assim é... tenho medo dele. Tenho medo de com o passar dos anos, o carinho que sinto por meu noivo se desfaça, e dê lugar ao seu olhar... aquele que ela fazia quando meu pai mirava.
Não sei se irei aguentar. Três anos já passaram, e não houve um único dia, um único momento que dele não me lembrasse. O ser cheiro não me sai da cabeça, sinto-o agora aqui sozinha a escrever, como se ele estivesse aqui ao meu lado, a sorrir para mim, como tantas vezes costumava fazer. Não sei se ainda pensa em mim. Agora, a sua presença tortura-me. O facto de ali estar inquieta o meu olhar, e tenta-o a contemplar a sua beleza. Distracção é algo que não posso ter, caso contrário, o meu maldito olhar dele não despega. O desejo de o tocar, de o ver, quase me enlouqueceu. Ai minha terra, alimenta-me imploro-te, alimenta o meu sangue, e impede que ele me entregue à loucura. Não posso mais ouvir os seus gritos.

“Estás tão perto amor, e ao mesmo tempo tão longe. Tudo me impede de te tocar, tudo me impede de ser feliz a teu lado. Maldito mundo este, maldito!
Sabes, de inicio tentei mudar a minha sorte, tentei lutar contra meu pai, contra todos aqueles que tudo fizeram para nos separar. Mas não consegui, eles foram mais fortes. Mas claro tu, nada sabes desta minha luta. Pensas que aceitei tudo de cabeça no chão, como uma rapariga obediente deve fazer. Não! Mas também não to quis dizer. Quis testar o teu amor por mim, quis ver até que ponto por mim lutavas. Não me julgues, jamais!
Diz-me, que pode uma rapariga fazer contra a vontade de seu pai? Nada, apesar do meu esforço para me soltar da rede em que ele e as circunstâncias me enrolaram, apesar de ter chorado noites e noites contra a minha almofada, apesar de ter implorado... de nada valeu! Mas isso não foi o mais difícil. Por muito que te impressione.
Desisti de lutar por ti, desisti de viver. Entreguei-me ao olhar de minha mãe e de lá nunca mais saí. Ele apoderou-se de mim. Aquele olhar triste, conformado, cansado de tanto sofrimento. Então, decidi que não iria mais contrariar a vontade de meu pai. Iria sim, iniciar uma batalha bem mais difícil, bem mais dura, bem mais mortal.
E foi assim que decidi focalizar as minhas forças, no objectivo de te apagar da minha memória, a ti e a todas as recordações. Pensei que morria, pensei que desistia de viver ao renunciar a algo que se tornou a minha razão de viver, a minha alegria, o meu flamengo! Sim, tu eras tudo isso, o calor, a dança, a paixão; a terra, que todos dos dias toco, cheiro, sinto, cuido e que me dá os filhos que nela plantei. Era esta terra, que me aliviava a dor, porque te sentia nela. Porque ela está em mim, porque ela é o que eu sou.
Mas agora vou casar. Agora, vão me arrancar a minha terra que eu tanto amo, vão envenená-la porque ela não será só minha. Por ela correrá um rio, que embora puro, irá apodrecer e ferir toda a minha plantação! Vão te arrancar de mim amor, de uma forma cruel e dura de aceitar, assim como aconteceu à três anos atrás.
Penso que finalmente, compreendo o olhar de minha mãe. Pobre mulher! Apunhalava meu pai, a cada olhar que lhe lançava. E agora, vejo-me rendida a esse olhar, do qual tanto tempo fugi, tanto tempo desprezei. Nem sabes o quanto te respeito, o quanto te entendo, madre. Sou uma prisioneira, tal como tu. Morrerei de loucura, tal como tu, por não querer ouvir a voz do meu sangue, a voz da minha terra.
Selo aqui e agora tudo o que se passou. Casaste-te, e agora casar-me-ei eu, com a mesma força, o mesmo orgulho, a mesma frieza, com que tu te entregas-te a minha prima.

Nunca ponhas em causa o meu amor, nunca duvides da minha paixão, nunca de esqueças que és a minha terra, nunca me apagues da tua memória. Talvez assim, me seja mais fácil viver. Fico feliz, e fico quieta para que tudo isso possa ser verdade. Porque ao contrário do que aconteceu a minha mãe, tu estás vivo. Meu pai não te matou. E isso basta por agora, a certeza da tua existência basta para não esquecer que meu coração ainda bate, e que meu sangue ainda corre... por detrás do olhar de minha mãe.”

Prometi para mim mesma, que quando me casasse, este diário, que escrevo à três anos, iria ser queimado, e enterrado na minha terra. É lá que ele deve ficar, é lá que ele pertence. Talvez assim, a minha terra não fique tão envenenada, e me dê forças para lutar contra tudo isto que sempre aceitei.
Estarei a enterrar o meu amor, ou a plantar a esperança? Não sei, mas é uma forma de sobrevivência.

Fin

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Curiosidades e até curiosidade dentro das curiosidades

Com o intuito de satisfazer a minha curiosidade e talvez a de mais alguns ou mesmo de todos nós, decidi pesquisar aquela que se diz ser a fonte que serviu de "base" à fenomenal obra de Federico Garcia Lorca, "Bodas de Sangue". Foi então que num pequeno livro optei por ler aquela parte que muitas vezes dispensamos: introdução/comentário.
Encontrei então a noticia que supostamente moveu Lorca, publicada no jornal El Defensor em Julho de 1928. Aqui deixarei para que todos leiam (ou não).



"Trágico final de una boda. Es raptada la novia, siendo más tarde asesinado el raptor. El misterio envuelve el suceso. Es detenido el novio burlado."




"Almería 24 de Julio de 1928 - Noticias recebidas de Híjar dan cuenta de un trágico suceso ocurrido con motivo de celebrarse una boda, apareciendo hasta ahora rodeado de un grand misterio.
En la mañana de ayer contraía matrimonio una agraciada joven de veinte anos, hija de un rico labrador, habitante de un cortijo cerca de dicho pueblo.
En la casa se reunieron novios, padrinos y numerosos invitados de las aldeas próximas.
Cuando se iba a celebrar la ceremonia religiosa, notaron que la novia había desaparecido, y por muchas gestiones que se practicaron no pudo ser encontrada.
El novio, avergonzado, salió en su busca y tampoco logró encontrarla.
Los convidados se retiraron cada cual a su domicilio.
Uno de ellos, montado a caballo, se dirigía a su cortijo, cuando a unos ocho kilómetros divisó el cadáver de un hombre tendido sobre la cuneta y oculto con matorrales.
Descendió de la cabalgadura, viendo con surpresa que era un primo de la novia, que se oponía a sus relaciones.
Pidió auxilio, dando cuenta de lo ocurrido, y a poco se personó en aquel lugar la Guarda Civil, practicando numerosas investigaciones.
La Benemérita encontró la novia en un lugar muy próximo al sitio donde se encontraba el cadáver de se primo, quien se apellidaba Montes Cañada y tenia treinta años de edad.
La novia, cujas ropas estaban desgarradas, desclaró que ella se fugó con su primo porque era a quien amaba, pero que en su huida les salió al encuentro un enmascarado, quien hizo cuatro disparos contra el primo, dejándolo muerto en el acto.
Los pendientes de la novia fueron encontrados cerca del cadáver.
El novio burlado ha sido detenido [...]"



Esta foi então a noticia que Lorca leu e à qual lançou o comentário "un drama difícil de inventar". Numa entrevista a irmã de Lorca, diz lembrar-se do momento em que Federico leu a noticia e do que mais tarde lhe disse e passo a citar: "Recuerdo a Federico leyéndome la noticia de una novia de Almería que el día de su boda se escapó con su anterior amante. [...] Aparentemente el relato periodístico quedó olvidado. Sin embargo, algun tiempo después Federico me habló de una idea que tenía para una tragedia: estaba baseada en el incidente de Almería."
Aqui ficou apenas a noticia de dia 24, o caso só ficou no entanto resolvido no dia 27 de Julho com a revelação da noiva de que quem tinha morto Montes Cañadas tinha sido o irmão do noivo.
Além desta curiosidade que pessoalmente me interessou e espero que até vos interesse, nem que seja para satisfazer algum tipo de curiosidade, há uma outra e desafio todos os que lerem esta noticia a observarem as datas. Ora bem, devem ter reparado que bate com os dias da estreia e restantes espectáculos estando por isso a fazer 79 anos que tudo se passou, pois é, quem sabe não teremos forças do nosso lado, e para quem acredita na reencarnação quem sabe se já não viveu isto!
E agora termino a desejar que melhoremos nos últimos três ensaios, e esta quinta-feira é já o antepenúltimo. Beijos e Abraços.




segunda-feira, 16 de julho de 2007

Para todos!


Decidi dispender um pouco de tempo, e criar aqui um cantinho para o pessoal das Bodas! Estamos a finalizar meses de trabalho e a nostalgia da estreia já vai tomando conta do ritmo cardiaco e até do sono que não se tem.(falo por mim)
Aqui deixem mensagens e pensamentos que vos preencham essas mentes, se calhar alguns são comuns a todos e não se sabe.
Às vezes dou comigo a falar das bodas repetidamente, então o melhor é escrever, deve ser da ansiedade e do ânimo. Acontece com vocês? Beijos e Abraços.
PS: Gonçalo! Aquele paraiso... eheheh